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Esporte 09/04/2013

A nova Arena de alegria e orgulho do futebol da Bahia

A nova Arena de alegria e  orgulho do futebol da Bahia

Quando se falar da história do futebol da Bahia, terá que se falar antes e depois do dia 7 de abril de 2013, a partir da inauguração da Arena Fonte Nova. Um domingo de muita festa e orgulho para o torcedor baiano. Não foi apenas Salvador, mas o futebol brasileiro que ganhou com o novo estádio, o terceiro concluído no Brasil para a disputa da Copa das Confederações e Copa do Mundo FIFA de 2014.

 

“Senhoras e senhores, a nova história começou!""


Como em um espetáculo circense a voz do locutor anunciava que o show iria começar. O ator Fábio Lago, mestre de cerimônia do evento, subiu no palco, localizado no centro do gramado, e deu as boas vindas para a nova Arena. Uma nova historia começava! O espetáculo de inauguração da Arena Fonte Nova, mostrou a pluralidade cultural da Bahia, arte, dança, verso, prosa e muita música marcaram as apresentações que antecederam o clássico Ba-VI.

 

Homenageando as sete vítimas do acidente que aconteceu na velha Fonte em 2007, o ator lembrou a tragédia de uma forma bem baiana, se valendo da arte. “E dos escombros e feridas, nasceu esse sonho. A espera foi um tempo tristonho, mas nenhuma dor é em vão, nenhum sonho morre pagão. Agora somos todos testemunhas do novo amanhecer”, recitou Fábio Lago, em homenagem às vítimas da tragédia que calou a Fonte Nova por 5 anos. Reverenciando à literatura de Cordel, gênero popular nordestino,  Lago recitava os versos e prosas entre uma apresentação e outra do time de cantores escolhidos para embalar a torcida.

 

Margareth Menezes foi a primeira a subir no palco, feito em formato de bola, centralizada no gramado. Antes de embalar o público com seu ritmo pulsante a cantora ressaltou a importância da preservação do complexo esportivo. Claudia Leite entrou logo em seguida, acompanhada pelos cantores Dan Miranda e Márcia Short. Ovacionada pela torcida do Bahia a cantora levou alegria para as arquibancadas e deu uma volta no estádio saudando a torcida tricolor.

 

Mariene de Castro levou seu samba para o palco. Entoando os cânticos de samba de roda a cantora contagiou com sua energia e homenageou a cultura nordestina com bailarinos fazendo referência ao “bumba meu boi”. Ivete Sangalo foi a última a se apresentar no palco. Bastante aplaudida pelos torcedores rubro-negros, a cantora baiana relembrou os grandes craques da antiga Fonte Nova e cantou o os hinos do Bahia e do Vitória.

 

O encerramento da festa ficou por conta do Olodum, que se posicionou no gramado para executar o hino da Bahia e o nacional.

 

Lição de vida com emoção e respeito

 

 

Mais do que uma inauguração de um estádio de futebol, a Arena passou para o público presente, e os milhares de torcedores que acompanharam a festa com transmissão ao vivo pela TV, uma mensagem de superação e respeito.  Antes de começar o espetáculo o garoto Arthur, de 13 anos, foi até o palco de cadeira de rodas, levantou-se e, de muletas deu o primeiro chute na nova Arena, no dia da inauguração.


Arthur é portador de paralisia cerebral e passa por tratamento pioneiro no estado. A atitude fez desaparecer por alguns minutos a rivalidade das torcidas e a Arena ecoou em um só som: as palmas dos 41 mil torcedores rubro-negros e tricolores presentes no estádio. O menino Arthur ainda falou sobre respeito às diferenças e superação.

 

“Queria dizer que todos precisam respeitar as pessoas com deficiência. Ser deficiente não é ser incapaz. Também quero pedir um Ba-Vi de paz. Todos precisam se respeitar”, afirmou Arthur. Logo depois o mestre de cerimônia Fábio Lago deu a largada para as apresentações iniciais.

 


Torcidas provocam Ivete e Claudia Leite

 

Se nos estádios, ruas e vielas de Salvador a rivalidade toma conta das torcidas tricolores e rubro-negras, no cenário musical não é diferente. As renomadas cantoras do axé baiano são torcedoras declaradas e levantam a bandeira dos clubes de coração.  Ivete Sangalo no Vitória e Claudia Leite no Bahia esquentam o clima entre as torcidas e dão um charme especial à rivalidade.

 

OS torcedores não perdem uma oportunidade de celebrar a musa do seu time e atacar a do time rival. Vestida com a camisa tricolor, Claudinha recebeu aplausos dos tricolores e vaias da torcida rubro-negra. A torcida do Bahia deu o troco. No momento da apresentação de Ivete Sangalo, considerada a musa rubro-negra, a principal torcida organizada do clube tricolor, a Bamor, ficou de costas e cantaram o hino do Bahia. Mas Ivete mostrou a grande artista que é, e não perdeu o rebolado.

 

Cantou o hino do Vitória e para agradar e gregos e troianos cantou também o do Bahia. Para finalizar, todo o time de cantores retornou ao palco e celebraram juntos os inícios de uma nova era no futebol, cantando o clássico “Pra frente Brasil, Salve a seleção”, em alusão aos jogos da Copa das Confederações, onde a Seleção Brasileira jogará na Arena Fonte Nova em busca do 4° título do torneio.

 

Tecnologia do gramado - Após as apresentações o palco que foi colocado no centro do gramado, foi desmontado rapidamente. Os cenógrafos fizeram um palco de isopor reutilizado como forma de preservar o gramado da Arena. O material é mais leve do que os tradicionais e têm grande resistência. O campo da Itaiapava Arena Fonte Nova conta com uma área de 9mil m², e foi plantando com grama Bermuda. O plantio é do tipo sprigs (espalhamento manual da grama em ramos. O campo ainda conta com sensores de umidade e temperatura para ajudar no controle e manutenção.


Após a tragédia, nasce um sonho

 

Ambulantes vendendo seus churrasquinhos, cervejas, balas, acessórios, torcedores exibindo as bandeiras, os mantos de seus times, torcidas provocando e se dirigindo ao estádio, é o cenário típico de clássico que estava faltando no entorno da Arena Fonte Nova. Ontem, 5 anos depois, foi dia de visualizar esta cena e se emocionar com o retorno do futebol na região do Dique do Tororó, um dos cartões postais da cidade.

 

“Eu estava aqui no ultimo jogo na antiga Fonte, dia que aconteceu a tragédia, e nunca poderia imaginar que a volta à Fonte Nova seria triunfal com esse estádio de primeiro mundo”, declarou o torcedor Elton Alves, 30. Ele que é mais conhecido como “super-homem do esquadrão” se destacou na torcida por ir aos jogos sempre trajando a roupa do personagem infantil super-homem.

 

Visivelmente emocionado, Elton, contou que o corpo “gelou” ao subir a ladeira da Fonte, “passou um filme na memória, lembrei de tudo que vivi aqui. Lembrei também de Pituaçu que vai deixar saudades, mas agora estamos voltando para nossa casa”, disse o tricolor, que mudou até de endereço por causa da Arena.

 

“Quando construíram Pituaçu eu passei a morar na Avenida Paralela, agora vou voltar ao centro da cidade e ficar bem pertinho da Fonte. Já o assíduo freqüentador da velha Fonte e do Pituaçu, Omar Bispo, 35, ressaltou a emoção de entrar no estádio moderno e reclamou da acessibilidade para chegar ao estádio.

 

“Eu sou cadeirante e tive que deixar meu carro na Av. Bonoco é muito longe. “Interditaram varias áreas e dificultou o acesso para os portadores de deficiências”, criticou. Porém nem o problema tirou a alegria do rosto do torcedor Omar por estar participando do dia histórico do futebol.


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