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Geral 02/07/2025

Chuvas Extremas Triplicam no Brasil e Ameaçam o Futuro das Cidades

Chuvas Extremas Triplicam no Brasil e Ameaçam o Futuro das Cidades

Entre 2020 e 2023, o Brasil enfrentou 7.539 desastres climáticos provocados por chuvas intensas, representando um aumento de 222,8% em comparação com os anos 1990. Esses eventos como enxurradas, inundações, temporais e deslizamentos vêm se intensificando, principalmente nas regiões Sudeste e Sul. Os dados fazem parte do relatório Temporadas das Águas: O Desafio Crescente das Chuvas Extremas, coordenado pela Unifesp e produzido pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica.

Segundo o pesquisador Ronaldo Christofoletti, o estudo evidencia uma realidade já presente: os eventos climáticos estão mais frequentes e graves. “Estamos vendo chover em excesso em regiões despreparadas e seca crescente onde já havia escassez, como o sertão nordestino”, afirmou.

Entre 1991 e 2023, foram registrados 26.767 desastres associados a chuvas intensas no Brasil. Desses, 64% foram de natureza hidrológica com enxurradas e inundações liderando o ranking. Eventos meteorológicos, como temporais, responderam por 31%, e os geológicos, como deslizamentos, por 5%.

O impacto atinge 83% dos municípios brasileiros. Em 1990, apenas 27% das cidades haviam sido afetadas por esse tipo de desastre. Hoje, são mais de 4.600 municípios atingidos, com efeitos diretos e indiretos, que vão desde a destruição de moradias até danos à saúde mental da população.

Estudos da ANA reforçam a gravidade: até 2040, bacias hidrográficas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste podem perder mais de 40% da disponibilidade hídrica. Isso poderá intensificar os fluxos de migração interna, criando os chamados refugiados climáticos, forçados a abandonar seus territórios por condições climáticas inóspitas.

A pesquisadora Juliana Baladelli Ribeiro defende a adoção de soluções baseadas na natureza, como jardins de chuva, parques e lagoas artificiais, para aumentar a resiliência urbana. Exemplos como o Parque Barigui, em Curitiba, mostram que áreas verdes podem funcionar como sistemas de drenagem e espaços de lazer, ao mesmo tempo.

Por fim, Christofoletti alerta que o estudo conecta os efeitos locais a causas globais, como o aquecimento nas regiões polares, que influencia diretamente o regime de chuvas brasileiro. "É preciso olhar além do nosso bioma. A Antártica também importa para o clima do Brasil", conclui.

A pesquisa traz um chamado urgente à ação conjunta entre governos, sociedade civil e empresas para frear os impactos da crise climática e construir cidades mais seguras e sustentáveis.

Fonte: Agência Brasil
Foto: Rafa Neddermeyer   


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