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Economia 23/04/2024

Petrobras prevê investimentos de US$ 960 milhões na Bahia

Petrobras prevê investimentos de US$ 960 milhões na Bahia

A Bahia, que já chegou a representar 70% da produção nacional de petróleo nas décadas de 1960 e 1970, está na mira da Petrobras para novos investimentos. A estatal planeja investir US$ 960 milhões na região nos próximos 5 anos, com novos poços já em 2025. Uma das principais preocupações do estado, no entanto, é a garantia da justiça climática e social.

 

“A retomada precisa compensar passivos ambientais e sociais deixados ao longo da história”, defende André Ferraro, chefe de gabinete da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia.

 

O plano estadual é estabelecer metas de mitigação climática ainda em 2024, a fim de gerar negócios e reinserir o estado na nova economia. A estratégia seria investir no hidrogênio verde, aproveitando o potencial eólico da região e em substituição às fontes fósseis.

 

A aposta na descarbonização prevê a geração de empregos que o petróleo já não oferece mais na região, após anos de destaque. Foi em Salvador, por exemplo, há 85 anos atrás, no bairro do Lobato, que foi perfurado o primeiro poço de petróleo do Brasil.

 

"No caminho do hidrogênio verde, é urgente mobilizar recursos para a adaptação de populações expostas a impactos climáticos não só mitigação de carbono", defende Diosmar Marcelino de Santana Filho, professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que lamenta que os primeiros poços de petróleo do país tenham como passivo uma região de extrema pobreza no subúrbio soteropolitano.

 

A Petrobras informou que entre os planos para a Bahia, que representa 80% dos ativos onshore da companhia, com 4.300 empregados, está o projeto de uma biorrefinaria integrada para produção de diesel e querosene de aviação renováveis a partir de óleos vegetais.

 

Entre os investimentos anunciados pela estatal na região devem estar recursos do Fundo de Descarbonização, estimados em US$ 1 bilhão em cinco anos, no Brasil. O compromisso da empresa é reduzir emissões operacionais em 30% até 2030, em relação aos números de 2015, informação importante para quem não nega a importância dos investimentos e nem a relevância dos cuidados.

 

"É inegável que o petróleo trouxe avanços no cenário econômico, mas o modelo já exauriu. Os royalties recebidos pelos municípios não condizem com os baixos indicadores sociais e a falta de infraestrutura urbana há algum tempo", reflete o vereador André Fraga, sobre casos como o quilombo Dom João, em São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano, onde os primeiros campos de petróleo foram explorados comercialmente no país. Por lá, a pobreza contrasta com os royalties recebidos pelo município, que se encontra apenas em 2.573º lugar do ranking nacional do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). "O petróleo para nós só dá prejuízo", lamenta Joselita Santos, liderança quilombola na região.

 

Fonte: https://modaisemfoco.com.br/


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