O novo diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Queiroz Segóvia, o ministro da Justiça, Torquato Jardim e o presidente da República, Michel Temer, durante a solenidade de Transmissão do Cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal Marcos Corrêa/PR
O novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, tomou posse hoje (20) e defendeu um novo capítulo na relação da PF e do Ministério Público Federal (MPF). Hoje, há uma infeliz e triste disputa entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, mas confio no espírito de maturidade dessas instituições. É preciso escrever um novo capítulo e deixar de lado a vaidade. O único que se beneficia dessa disputa é o crime organizado, ressaltou.
Segóvia se refere a uma queda-de-braço entre as duas instituições sobre a competência de policiais de firmar acordos de delação premiada nas investigações criminais. Para os procuradores, o dispositivo da Lei das Organizações Criminosas (Lei 12.850/2013) que prevê que o delegado possa fazer acordos de delação é inconstitucional.
Prioridades
Entre as prioridades de sua gestão, o novo diretor-geral destacou o combate à corrupção . Segundo ele, operações como Lava Jato, Cadeia Velha, Cui Bono e Lama Asfáltica terão foco especial, tanto na atuação junto ao Supremo Tribunal Federal quanto em relação às varas criminais.
Às vésperas de um ano eleitoral, Segóvia disse ainda que o combate a esse crime relacionado às votações também estará no foco central de atuação da PF. A expectativa do diretor-geral é de que a corporação aja com isenção total, independentemente de partidos políticos".
Investigações criminais
Durante a cerimônia de posse do novo diretor-geral da PF, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, condenou o que chamou de ilações especulativas nas investigações criminais. Ele criticou a convalidação de imputações sem referências sólidas nos fatos e documentos.
Evidenciando a divergência com o Ministério Público, Torquato defendeu que é preciso dizer não à vaidade fruto da ambição ou propósitos ocultos no processo. Essas condutas que se desviam da ética agridem mais a sociedade que o próprio indivíduo, porque geram uma dúvida coletiva sobre a isenção da conduta de quem atua em nome do Estado, completou.
Segóvia recebeu os cumprimentos do ex-diretor-geral, Leandro Daiello, que anunciou sua aposentadoria, publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. Após quase sete anos no comando da PF, Daiello se colocou à disposição de seu sucessor, fez um agradecimento especial aos servidores e destacou o orgulho de ser policial federal.